29.11.12

ANARCOXAMANISMO

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História, materialismo, monismo, positivismo e todos os "ismos" desse mundo são ferramentas velhas e enferrujadas que já não preciso ou com as quais eu não me preocupo mais. Meu princípio é a vida, meu Fim é a morte. Gostaria de viver minha vida intensamente para poder abraçar minha morte tragicamente.
Você está esperando pela revolução? A minha começou muito tempo atrás! Quando você estará preparado? (Meu Deus, que espera sem fim!) Não me importo em acompanhá-lo por um tempo. Mas quando você parar, eu prosseguirei em meu caminho insano e triunfal em direção à grande e sublime conquista do nada!
Qualquer sociedade que você construir terá seus limites. E para além dos limites de qualquer sociedade os desregrados e heróicos vagabundos vagarão, com seus pensamentos selvagens e virgens - aqueles que não podem viver sem constantemente planejar novas e terríveis rebeliões!
Quero estar entre eles!
E atrás de mim, como à minha frente, estarão aqueles dizendo a seus companheiros: "Voltem-se a si mesmos em vez de aos seus deuses ou ídolos. Descubra o que existe em vocês; traga-o à luz; mostrem-se!"
Porque toda pessoa que, procurando por sua própria interioridade, descobre o que estava misteriosamente escondido dentro de si, é uma sombra eclipsando qualquer forma de sociedade que possa existir sob o sol!
Todas as sociedades tremem quando a desdenhosa aristocracia dos vagabundos, dos inacessíveis, dos únicos, dos que governam sobre o ideal, e dos conquistadores do nada, avança resolutamente.
Iconoclastas, avante!
"O céu em pressentimento já torna-se escuro e silencioso!"

SER DEVORADO

ser vomitado

HEDONISMO APLICADO


Um dia eu tomo coragem de reservar um tempo da minha vida pra escrever por aqui. Mas como muitas coisas incriveis foram escritas já, reproduzo-as por aqui. Abaixo um apendice do livro TAZ do anarco-santo Hakim Bey


A GANG DE BONNOT era vegetariana e bebia apenas água. Terminaram mal (embora de forma pitoresca). Vegetais e água, coisas excelentes em si mesmas - pura realidade zen - não devem ser consumidas como martírio, mas como uma epifania. A autonegação como práxis radical, o impulso leveller, tem um quê de tristeza milenar, e esta facção da esquerda compartilha o mesmo manancial histórico do fundamentalismo neo-puritano e da reação moralista da nossa década. A Nova Ascese, não importa se praticada por anoréxicos de saúde desequilibrada, sofisticados sociólogos policiais, niilistas caretas do centro da cidade, fascistas batistas do sul, militares socialistas, republicanos drug-free... a força motivadora é a mesma: ressentimento.
Nas fuças do falso moralismo analgésico do mundo contemporâneo, erigiremos uma galeria com os bustos de nossos antepassados, heróis que mantiveram viva a luta contra a má consciência, mas que também souberam se divertir: um genial banco de genes, uma categoria rara e difícil de se definir, grandes mentes não apenas para a Verdade, mas para a verdade do prazer, sérios mas não sóbrios, cuja disposição ensolarada não os tornou indolentes, mas aguçados. Brilhantes, mas não atormentados. Imagine um Nietzsche com uma boa digestão. Não os epicuristas tépidos nem os sibaritas envaidecidos. Um tipo de hedonismo espiritual, um verdadeiro Percurso do Prazer, a visão de uma vida que é boa e ao mesmo tempo nobre e possível, enraizada na sensação da magnificente superabundância da realidade.

Sheik Abu Sa'id 
Charles Fouríer 
BrílIat-Savarin 
Rabelais
Abu Nuwas 
Aga Khan III 
R.Vaneigem 
Oscar Wilde Ornar 
Khayyam 
Sir Richard Burton
Emma Goldman

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9.11.12

OTAVIO PAZ

Feito com as mãos, o objeto artesanal conserva, real ou metaforicamente, as impressões digitais de quem o fez. Essas impressões são a assinatura do artista, não um nome, nem uma marca. São antes um sinal: a cicatriz quase apagada que comemora a fraternidade original dos homens. Feito pelas mãos o objeto artesanal está feito para as mãos: não só podemos ver como apalpar. A obra de arte nós vemos, mas não tocamos.