29.11.12

HEDONISMO APLICADO


Um dia eu tomo coragem de reservar um tempo da minha vida pra escrever por aqui. Mas como muitas coisas incriveis foram escritas já, reproduzo-as por aqui. Abaixo um apendice do livro TAZ do anarco-santo Hakim Bey


A GANG DE BONNOT era vegetariana e bebia apenas água. Terminaram mal (embora de forma pitoresca). Vegetais e água, coisas excelentes em si mesmas - pura realidade zen - não devem ser consumidas como martírio, mas como uma epifania. A autonegação como práxis radical, o impulso leveller, tem um quê de tristeza milenar, e esta facção da esquerda compartilha o mesmo manancial histórico do fundamentalismo neo-puritano e da reação moralista da nossa década. A Nova Ascese, não importa se praticada por anoréxicos de saúde desequilibrada, sofisticados sociólogos policiais, niilistas caretas do centro da cidade, fascistas batistas do sul, militares socialistas, republicanos drug-free... a força motivadora é a mesma: ressentimento.
Nas fuças do falso moralismo analgésico do mundo contemporâneo, erigiremos uma galeria com os bustos de nossos antepassados, heróis que mantiveram viva a luta contra a má consciência, mas que também souberam se divertir: um genial banco de genes, uma categoria rara e difícil de se definir, grandes mentes não apenas para a Verdade, mas para a verdade do prazer, sérios mas não sóbrios, cuja disposição ensolarada não os tornou indolentes, mas aguçados. Brilhantes, mas não atormentados. Imagine um Nietzsche com uma boa digestão. Não os epicuristas tépidos nem os sibaritas envaidecidos. Um tipo de hedonismo espiritual, um verdadeiro Percurso do Prazer, a visão de uma vida que é boa e ao mesmo tempo nobre e possível, enraizada na sensação da magnificente superabundância da realidade.

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