23.9.09

Livre

Livre from Projeto Escaleno on Vimeo.



“Olhos correm sobre a cidade.
Quando pensamos que tudo lá fora mudou, na verdade, é o aqui dentro que já não é o mesmo.”

Este vídeo foi idéia de uma grande pessoa, Amanda Midori. Ela filmou e juntou as imagens, e me pediu para fazer a trilha sonora (eu não tenho experiência com musica, mas gosto) e então decidimos chamar o Guilherme para fazer a edição que também esta começando a mexer com vídeo.
Gostei de participar disso, pois o vídeo me causou uma certa identificação com o que estava passando, estava sentindo uma certa pressão vindo da cidade, da vida em São Paulo, e no final o vídeo me fez perceber o quanto é importante o ir e vir, me lembrou de sair um pouco daqui, respirar outra vida.
Aproveito pra deixar meus sentimentos a ela que esta adicionando experiências na vida numa viagem de estudos em Portugal. Boas descobertas Amanda!

16.9.09

links

Citei uma porção de coisas no post anterior e esqueci de colocar alguns links pra quem não conhece saber do eu estava falando, desculpem a falha! Então ai vai:

site oficial do alex grey:
http://www.alexgrey.com/ (procurem a a parte dos espelhos sagrados, é um trabalho muito interessante)

Tool
site oficial: http://www.toolband.com/
video vicarious: http://www.youtube.com/watch?v=UUXBCdt5IPg

Nação Zumbi
site oficial: http://www.nacaozumbi.com.br/
video hoje amanhã e depois: http://www.youtube.com/watch?v=URPxQN3tNL8

E o link do meu flickr:
www.flickr.com/henrique_vieira

Abraços!

7.9.09

Limites

Não estou disposto de discutir os limites do que é arte e do que não é, mas parece que toda vez que um ilustrador vai falar de arte ele precisa primeiro se desculpar e justificar os motivos pelos quais acredita que aquilo que faz também pode ser entendido como arte. Por vários motivos é possível classificar ilustração como arte e por outros vários também é possível provar o contrário, mas não estou mesmo com vontade de pensar mais neles, pois mesmo na minha curta vida em todos os momentos em que procurei por meio de reflexões classificações irrefutáveis para as coisas, percebi que os limites entre elas são artificiais, quando não arbitrários mesmo. Até quando fui obrigado a lidar com classificações de qualquer espécie criadas por especialistas da área percebi que elas não eram satisfatórias em algum aspecto. Peço desculpas pela falta de exemplos para explicar esse pensamento, mas não é dele que pretendo tratar, mas sim do seu oposto, a diluição dos limites não sua afirmação.

Acredito que vivemos em uma época muito interessante – como todas devem ter sido para quem as viveu e “soube olhar” – é claro que procuramos por aquilo que nos interessa, mas vejo por aí muita gente falando da integração das coisas e não da separação e classificação delas. É claro que a idéia de classificar as coisas foi muito importante para uma série de questões, já que a ciência se apóia nesse pensamento e por meio dela muito foi conquistado para se viver melhor, porém não se vive melhor hoje acho, mas sim diferente. Problemas antigos ficaram para trás enquanto outros surgiram a partir das supostas soluções para aqueles. Então acredito que aquilo que foi conquistado deve ser mantido, mas a abordagem deve mudar. Falo de evolução e de busca de equilíbrio, através da compreensão da integração, da diluição dos limites, falando de forma mais prática, respeitar o próximo e amar o mundo em que vivemos.

Acho que agora entro no assunto que pretendia de fato, falar em que a arte me parece importante nessa conversa. A arte (no sentido mais amplo que essa palavra pode ter – prometo que é a ultima vez que me desculpo nesse sentido) pode servir para comunicar esse novo ponto de vista. Percebo que muita gente anda falando disso de uma forma ou de outra, na música nas artes plásticas, que são áreas que conheço mais é possível citar uma porção de exemplos, inclusive alguns de quem tenho o privilégio de chamar de amigos e irmãos e que pretendo mostrar o trabalho por aqui com tempo. Mas de Tool à Nação Zumbi é possível encontrar referências dessa busca e até o apontamento de possíveis caminhos. Dentro das artes plásticas acredito que o casal Grey, Alex e Alysson são os principais nomes, apesar da expressão de desprezo que seus trabalhos devem despertar nos rostos dos que circulam pelos meios eruditos (entenda-se chatos na nada humilde opinião deste que vos escreve) da arte contemporânea, que parece insistir em modelos antigos apesar de se camuflar numa roupa nova preenchida com pouco corpo e é tão acostumada com o cinismo camuflado de inteligência, a frivolidade confessa, fingindo esconder profundidade sem esconder nada além de mais frivolidade. Enfim um monte de gente brincado de ser aquele que brincou com todo mundo primeiro e deve rir de dentro do caixão: o ilustríssimo senhor Marcel Duchamp. A velha arte contemporânea devia deixar os mortos descansarem um pouco. Mas voltando aos Grey acredito que busquem, antes de qualquer renovação estética, falar de assuntos que deveriam ser mais importantes hoje. O trabalho dos dois, principalmente do marido (apesar de ter dificuldade de dissociar Alysson dele) me parece quase didático, sem deixar de ser comovente pra quem estiver disposto a olhar de olhos e coração abertos. E o mais engraçado, e que pode parecer condenável para muitos, é que eles estão dispostos a entrar no maior numero de canais possíveis de comunicação. De fato me parece que o importante é a mensagem. Dá pra dizer que rola muito dinheiro nisso sim, mas não dá pra negar que a mensagem mesmo assim vai pra frente e do jeito em que ela funciona melhor, comovendo as pessoas, não tentando convencê-las por argumentos. Aliás, com relação a argumentos, parece que estes não geram mais que contra-argumentos, já que a racionalidade é vaidosa e dificilmente se curva, porém o coração me parece mais humilde, recebendo mais fácil novas idéias, isso já foi usado de forma nefasta várias vezes, mas se a história provou que é possível através da comoção levar as pessoas à cometerem atrocidades e guerras a mesma parece excluir o fato de que a comoção também leva à manifestações da beleza e que parecem sem relevo na história, como o a fraternidade encontrada entre amigos e o carinho de quem se ama.

Por isso tudo acredito na importância da arte na melhora senão do mundo, mas do dia de alguém que se comoveu e percebeu alguma coisa importante pra viver melhor olhando um desenho meu no flickr. Quando falo que arte deve ajudar as pessoas a entender uma nova possibilidade de entender o mundo através dos sentimentos, não falo de manipulação, mas sim de dividir aquilo que nos comove. Quando faço um trabalho não espero como um publicitário faria, convencer através das sensações e não dos argumentos as pessoas a pensarem como eu penso, mas sim que elas se emocionem como eu me emocionei.